06 abril, 2009

Theoretical Methods in Social History


[Detail of head of "The Crouching Woman," bronze sculpture by Auguste Rodin. Gjon Mili, 1973. Life]

STINCHCOMBE, Arthur L. Theoretical Methods in Social History. New York: Academic Press, 1978, p. 5-6 e 21-22.

"A maior parte desse livro nada tem a ver com números, embora eu seja um entusiasta da quantificação... À medida que o argumento se desenvolver, ficará claro porque tenho pouco entusiasmo em relação a maior parte da história quantitativa. Deixe-me apresentar o argumento de forma condensada. Para que um número, digamos, uma conta, seja teoricamente interessante, ela tem que ser uma conta de exemplos comparáveis. O que faz exemplos comparáveis para um cientista é o fato de terem impacto causal idêntico. Assim, uma conta é mais iluminadora quanto mais a teoria e quanto mais o exame detalhado dos fatos tornarem os exemplos quantificados comparáveis. Mas isso usualmente significa que que fazer uma conta deveria ser o último estágio de um empreitada científica, um estágio atingido apenas depois de um desenvolvimento extensivo de uma teoria sobre o que torna os exemplos comparáveis... O argumento desse livro é que a teoria envolvida no processo de gerar contas deve ser derivada de uma construção detalhada de analogias entre exemplos. É exatamente pelo fato de contas serem muito teóricas (e em geral má teoria) que elas desnaturam a pesquisa histórica antes que ela comece. E a razão pela qual contas são má teoria, a razão pela qual elas normalmente classificam juntos exemplos cujos papéis causais não são comparáveis, é que elas não são suficientemente empíricas, isto é, não são orientadas suficientemente para os fatos relevantes que geram analogias entre os casos".

"Classificar A e B juntos é, em ciência, uma afirmação empírica... Do ponto de vista lógico, qualquer classe é um enunciado que diz que, para todos os pares de membros de uma classe, e para uma série de enunciados gerais feitos sobre a classe, o elemento A é análogo ao elemento B, B é análogo a C, A a C, A a D etc. Ou seja, uma classe é um conjunto de relações equivalentes pareadas entre elementos da classe com relação ao predicado que se aplica à classe. Em linguagem ordinária, diríamos que a analogia entre A e D é uma "analogia profunda" se uma grande quantidade de afirmações verdadeiras sobre A são também verdadeiras em relação a D. Uma classe em que as equivalências são analogias profundas é um conceito importante. Em ciência, se essas afirmações são de um caráter causal importante, o conceito é importante. Mas se conceitos gerais são elaborados a partir de analogias entre elementos e se os conceitos são profundos se as analogias forem profundas, então a tarefa investigatória básica da formação de conceitos é aprofundar analogias... Teoria social sem atenção aos detalhes é vento; as classes que ela inventa são vazias e nada de interessante surge do fato de que A e B pertencem à mesma classe... Mas se a profundidade conceitual depende da elaboração de analogias profundas entre casos, é provável que encontremos a boa teoria exatamente no lugar oposto ao que fomos ensinado a esperar. Assim, é provável que serão aqueles investigadores que tentam dar uma interpretação causal de um caso particular que serão conduzidos a penetrar nas profundas analogias entre os casos... A consequência que deveríamos tirar da falha de Parsons não é retornar a uma ciência sem teoria, mas, em vez disso, retornar à estratégia que originalmente o inspirou, aquela de Max Weber. Parsons se enganou sobre onde residia o poder da teoria de Weber. Exatamente por não classificar todas as coisas vagamente..., mas exatamente por classificar por meio de um aprofundamento paulatino das analogias, que Weber se torna tão excitante".

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