30 setembro, 2009

8a. sessão da oficina: Charles Tilly


[Rothko]

síntese metodológica de Charles Tilly:
Coerção, capital e estados europeus

por Adriano Codato

"A origem dos Estados modernos é analisada aqui de maneira abrangente por Charles Tilly, orientado pela reflexão sobre a trajetória histórica da instituição do Estado e suas relações com mecanismos de aplicação, acumulação e concentração da coerção.

Tilly opta por uma visão prospectiva, numa abordagem que permite a observação de fatos e processos decisivos que uma análise retrospectiva provavelmente perderia de vista.

O autor depreende as implicações de sua análise para os Estados contemporâneos, sobretudo para os do chamado Terceiro Mundo, ressaltando as diferenças entre as duas experiências e enfatizando as conseqüências do colonialismo e das várias formas de dominação e influência pós-colonial" [Edusp].

NUSP 26 fev. 2010
14 hs.


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24 setembro, 2009

6a. sessão da oficina: Max Weber

[Fábia Berlatto,
Buenos Aires, 2007]

síntese metodológica de Max Weber:
A ética protestante e o espírito do capitalismo

por Paulo Costa

Em suma, o resultado ou a tese de A ética não é a proposição dos fatores culturais como variável independente ou mesmo necessariamente importantes para a compreensão de todos os processos históricos, mais ou menos complexos.
Weber está propondo o seguinte:
1- que a articulação entre um mesmo conjunto de elementos ou fatores pode ter resultados distintos em função da presença ou ausência de um dado fator crucial;
2- que, mesmo sendo os aspectos econômicos fundamentais no processo histórico, fatores de outra natureza podem ser decisivos para que um determinado processo histórico ocorra.
Para provar tais teses, Weber simplesmente usa o exemplo do capitalismo no Ocidente para mostrar que a compreensão de sua particularidade em relação a outras sociedades não capitalistas nem ocidentais, tem que levar em conta uma variável que não é, ao menos estritamente, econômica, mas sim uma ética religiosa que, por sua vez, possui implicações econômicas.
Entretanto, a proposição de uma “história universal da cultura” a partir de tais teses significa que os fatores culturais deveriam sim ser considerados, mas não necessariamente como variáveis independentes.

NUSP 30 set. 2009
14 hs.

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18 setembro, 2009

5a. sessão da oficina: Theda Skocpol

[Royal Trial
Execution. Life]


Síntese metodológica sobre sociologia histórica comparativa
ESTADOS E REVOLUÇÕES SOCIAIS, Theda Skocpol

por Hugo Loss

O propósito do trabalho apresentado no seminário é sintetizar os principais aspectos do método histórico comparativo utilizado por Theda Skocpol no livro “Estados e Revoluções Sociais”. Para tanto, dividimos o paper em cinco partes. Na primeira faremos um breve resumo do livro com a única finalidade de orientar o leitor acerca de pontos básicos e essenciais da obra. Na segunda parte introduzimos questões mais superficiais acerca da análise sócio-histórica comparativa. Na terceira parte traremos discussões um pouco mais complexas, com reflexões e questões sobre da forma como deve ser empreendida a comparação. Na quinta parte levantaremos algumas considerações sobre as fontes materiais utilizados pela autora.

Finalizaremos o paper com uma síntese da contribuição teórica de Skocpol que pode muito bem nos ajudar no momento em que estivermos fazendo a nossa pesquisa e ao mesmo tempo facilita o entendimento da forma de pensamento/pesquisa da autora.



NUSP 19 ago. 2009
14 hs.

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Revolução versus revolta

[Russia 1917
Revolution Scenes]


Hugo Loss

Skocpol distingue "revolução" de "revolta": ambas são processos de modificação da realidade social, mas a revolução modifica de uma forma específica.
Assim, de uma forma mais ampla, o conceito é derivado da especificidade do processo de mudança que a sociedade passou.

"Naturalmente que as revoluções sociais não foram as únicas forças de mudança que operaram na era moderna. No quadro da "Grande Transformação" (ou seja, a comercialização e a industrialização a nível mundial, o nascimento de Estados nacionais e a expansão do sistema dos Estados europeusaté abarcar o mundo inteiro), em todos os paises se verificaram convulsões políticas e mudanças socioeconomicas. Porém, neste quadro, as revoluções sociais merecem uma atenção especial não apenas devido ao seu extraordinário significado para as histórias das nações e para o mundo, mas tamém devido à especificidade da mudança sociopolítica.
As revoluções sociais são trasformações rápidas e radicais das estruturas de classe e de Estado de uma sociedade; e são acompanhadas e em parte levadas a cabo por revoltas de classes inferiores. As revoluções sociais distinguem-se de outras espécies de conflitos e de processos transformadores, sobretudo devido à combinação de dois aspectos coincidentes: a coincidência da mudança estrutural da sociedade com a sublevação de classes; e a coincidencia entre a transformação política e a transformação social. Pelo contrário, as revoltas, mesmo quando bem sucedidas, podem envolver a sublevação das classes subordinadas - mas não originam uma mudança estrutural (em nota: Tal como entendo este caso, a Revolução Inglesa (...) constitui um excelente exemplo de uma revolução política. O que fundamentalmente conseguiu realizar foi o estabeleceimento de um governo parlamentar através da revolta de setores da classe terratenente dominante contra potenciais monarcas absolutos. (...) Um outro bom exemplo de revolução política, mas não social, é a Restauração Meiju no Japão, que será objeto de análise no capítulo 2. fim da nota). E processos como a industrialização podem transformar as estruturas sociais sem obrigatoriamente causarem ou resultarem de súbitos levantamentos de caráter político ou de mudanças fundamentais político-estruturais. O que é peculiar das revoluções sociais é o fato de as mudanças fundamentais verificadas na estrutura política e na estrutura social ocorrerem conjuntamente e se reforçarem mutuamente. E estas mudanças processam-se através de intensos conflitos sociopolíticos, nos quais as lutas de classe desempenham um papel esencial" p. 16-17.

In: SKOCPOL, Theda. Estados e Revoluções Sociais: análise comparativa da França, Russia e China. Lisboa, Presença,1985.

17 setembro, 2009

próximos seminários

[Electra, Sao Paulo. 1992.
Pedro Martinelli.
Pirelli MASP]


Dia 30-09-2009 – A ética protestante e o espírito do capitalismo (Max Weber) – apresentação de Paulo Costa;

Dia 04-11-2009 – Coerção, capital e estados europeus (Charles Tilly) – apresentação de Adriano Codato;

Dia 02-12-2009 – Visões da História (Theda Skocpol) – apresentação de Renato Perissinotto.